F1 BRABHAM BT54
BMW M12/13 ENGINE
GP 21 / 07 / 1985
( Grande Prêmio Silverstone Fórmula 1 )
NELSON PIQUET

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Em 1985, a Fórmula 1 se preparava para mais uma temporada nos então tradicionais testes de pneus no autódromo de Jacarepaguá. Uma das estrelas da época era Nelson Piquet, que partia para mais uma temporada pela Brabham, com o modelo BT54.

Equipe de ponta, organizada, coesa, com nomes do quilate de Gordon Murray, Herbie Blash, Charlie Whiting, além do próprio Piquet, e cujo dono era Bernie Ecclestone. Tudo certo para mais uma disputa de título. Só que não...

Ecclestone fechou um duvidoso contrato de fornecimento de pneus com a Pirelli, que nos anos anteriores havia sido batida em performance por Michelin e Goodyear.
Com os franceses fora da F1 em 1985, Bernie apostou as fichas em ter armas distintas em relação a McLaren, Ferrari, Lotus, Williams e Renault, as outras forças da temporada.
Já as más línguas justificaram de outra forma: Ecclestone estaria de olho na grana que seria investida no time pela Pirelli. Deu com os burros n´água, como se diz.

Apesar de Piquet ser um dos maiores pilotos de testes de todos os tempos na Fórmula 1, tornar competitivo um pneu não era tarefa das mais fáceis, nem mesmo para o brasileiro. Foram intermináveis as sessões de treinos nas quais Piquet saía com um jogo novo de pneus, dava algumas voltas e retornava aos boxes, trocava os compostos, partia de novo para um stint, trazia a Brabham BT54 para os pits, e por aí vai...

Piquet sempre teve como grande prazer desenvolver um carro de corrida até torná-lo competitivo. Mas no caso de 1985, nem mesmo prazer Nelson teve. Afinal, apesar de todo o feedback do então bicampeão, demorou muito até os pneus se tornarem capazes de enfrentar os Goodyear, e, mesmo assim, em circunstâncias especiais, só em pistas muito velozes (nas quais o motor BMW empurrava) e com alta temperatura.

A Brabham BT54 testou seu novo carro apenas em locais como Kyalami e Jacarepaguá, com altas temperaturas, enquanto as demais equipes de ponta (com pneus Goodyear), testaram no Brasil, mas também no inverno europeu. Além disso, os "ombros" dos pneus, segundo o próprio Piquet comentou, eram moles demais. E lá ia a Pirelli fabricar mais pneus tentando acertar esse problema...

Outra questão: como a concepção dos carros da Brabham desde 1983 colocava mais peso na parte traseira do conjunto, nas corridas europeias no começo do ano (ou seja, em temperaturas mais baixas), os pneus dianteiros demoravam uma eternidade para serem aquecidos. Isso levava o BT54 a ter um natural subesterço, em resumo, saía muito de frente.

Piquet só marcou um ponto nas primeiras seis corridas, ou seja, ficou rapidamente fora da briga pelo campeonato. Mas na sétima corrida, na França, a combinação formada pelo forte calor de Paul Ricard e o retão do Mistral (de quase dois quilômetros) ajudou, e Nelson ganhou de forma dominante, com lindas ultrapassagens sobre Ayrton Senna e Keke Rosberg.

Nelson passou a negociar com a Williams, força emergente com os motores Honda. Como Gordon Murray estava demissionário, Piquet não teve dúvidas e deixou a Brabham depois de sete temporadas.

No dia 4 de setembro, a Williams anunciou a contratação de Piquet, que comemorou na veloz pista de Monza com um excelente segundo lugar.

Pesquisa texto - Fred Sabino
Arquivo foto - Paul H. Cahier

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